terça-feira, 4 de junho de 2013

 Krav Magá completa 3 anos em Aracaju

     Em meados de 1940, nasceu o Krav Magá pelas mãos de Imi Lichtenfeld em Israel, pouco antes de sua independência. Tendo como berço os movimentos de resistência de judeus da Europa durante a 2ª Guerra, se desenvolveu e amadureceu em Israel, sendo utilizado pelos grupos de defesa que ali existiam e, com a independência do Estado em 1948, tornou-se a filosofia de defesa adotada pelo Tzahal, serviço militar israelense, polícia e serviço secreto. No início era restrito apenas à elite militar, mas a partir de 1964 foi liberado o ensino aos militares em geral e à população civil dentro do Estado de Israel.
E foi neste momento que seu criador, com a preocupação de dar continuidade à sua obra transmitindo-a para o resto do mundo e para as próximas gerações, selecionou um pequeno grupo que seria treinado e preparado para este fim, do qual o Mestre Kobi é parte integrante. Em 1987, foi liberada a saída do Krav Magá para fora de Israel.
     Em 1990, o primeiro faixa preta saiu de Israel para difundir o Krav Magá: Mestre Kobi chega ao Brasil, como o único representante da arte na América do Sul.
Treinado pelo Mestre Kobi, o instrutor Carlos Gustavo, um de seus melhores discípulos, chegou a Aracaju em março de 2011 com a missão de difundir a prática do Krav Magá em Sergipe. No mesmo mês, Carlos Gustavo formou a sua primeira turma após aula-demonstração realizada na Academia Sport Connection, e desde então vem buscando manter o trabalho de ensinar a filosofia e os conceitos da arte aos seus praticantes.
     Atualmente, as aulas são ministradas na Academia Paulo Bedeu Express, de segunda à quinta, nos horários das 6h as 7h da manhã, e 18:30h as 19:30h, 19:30h as 20:30h e 20:30 as 21:30h da noite.
      A Federação Sul Americana de Krav Magá faz ainda um importante alerta a todos os interessados em praticar a técnica de defesa pessoal israelense: Verifique a formação do Instrutor! Praticantes de artes marciais se intitulam instrutores de Krav Magá após poucas aulas, um perigo para os alunos, uma ameaça para a sociedade. Somente a Federação Sul Americana de Krav Magá forma instrutores capacitados no Brasil, e o faz de forma séria.  Garanta a segurança e a qualidade técnica que você merece, treine somente com instrutores formados pela Federação.  Krav Magá é uma marca registrada e somente pode ser usada sob licença da Federação Sul Americana de Krav Magá com sede no Rio de Janeiro-RJ.

OBS: Para que o trabalho de divulgação desta técnica de defesa pessoal (a única reconhecida oficialmente no mundo) continue, conto com os colegas editores, produtores e radialistas para que abram agenda de entrevistas para o instrutor Carlos Gustavo.

Oswaldo Vilela
Aluno da 1ª turma de Krav Magá em Sergipe
Assessor de Comunicação do Instrutor Carlos Gustavo
DRT - 1554

 Instrutor Carlos Gustavo

 Mestre Imi Lichtenfeld


Mestre Kobi

sexta-feira, 17 de maio de 2013

"PT CONTINUA SENDO PARTIDO QUE COMPREENDE AS CONTRADIÇÕES DO TEMPO"

Professor e militante político +Cássio Murilo Costa faz uma análise sobre os 10 anos de governos do PT no Brasil e ressalta que o país, após este período, "continua combatendo as suas desigualdades raciais e sociais", com diferencial de as ter transformado em política de Estado"; ele critica o projeto de poder da direita: "há muitos problemas para serem resolvidos no país, mas devem ser resolvidos com a sensibilidade e a inteligência do seu povo, assim, sou muito cético em relação a uma alternativa de direita hoje"

 - Texto extraído do jornal digital Sergipe 247 - 

O Alfaiate de Ulm e o Decênio do Governo do PT

Há um poema de Brecht “O alfaiate de Ulm” que se refere a um certo alfaiate do século XVI e à sua ideia obsessiva de voar. Acreditando ter conseguido fabricar o aparelho perfeito subiu no telhado da igreja se projetou sobre o ar e... se espatifou no chão. Reproduzo aqui a ultima estrofe.

“Façam tocar os sinos
Aquilo foi invenção
Voar só para os pássaros
Disse o bispo aos meninos
Os homens nunca voarão”

Encontro neste poema a resposta para um dilema atávico nos debates políticos sobre a sociedade brasileira e as suas desigualdades. Havia um tropismo que afirmava que a concentração de renda, a pobreza e a miséria de milhões de brasileiros pouco provavelmente acabariam entre nós por serem algo que fazia parte de nossa História. Esse discurso foi sempre muito hegemônico entre nós, em síntese, um modo de “naturalização” e legitimação dos nossos males sociais.

Aproveito as comemorações do decênio do Partido dos Trabalhadores no Governo Federal para reiterar como o partido e o bloco histórico de aliados puderam fazer milhões de brasileiros e brasileiras terem capacidade de quebrar um tabu histórico graças a uma lógica de inversão de prioridades das políticas públicas no país.

O PT nasceu sob o signo das lutas democráticas, da mobilização dos trabalhadores e não ficou imune às contradições da sociedade de onde nasceu. Uma vez no Governo o ex-presidente Lula e a presidenta Dilma cumpriram um programa mínimo e uma agenda estratégica ancorados nos princípios de inclusão pelos direitos e pela renda, daí resultaram: aperfeiçoamento da democracia; politica de valorização do salário mínimo, que no início de 2003 era de 76,92 dólares, (segundo dados do IPEA/IBGE/Banco Central) para pouco mais de 335 dólares em 2013; diminuição da desigualdade social do país com mais de 40 milhões de pessoas saindo da linha de pobreza para a chamada nova classe média, que prefiro chamar, à maneira de alguns sociólogos, de nova classe trabalhadora; reconhecimento das Centrais Sindicais e a transformação de demandas sociais em políticas públicas para os trabalhadores, inclusive criando 19 milhões e 300 mil de empregos, uma situação de quase pleno emprego, devendo-se também levar em consideração que a taxa de desocupação é de 5,7% em março de 2013, de acordo com o IBGE; criação de um mercado interno de massas pulsante, forte e que ajuda a manter nossa economia ainda sólida, não obstante uma crise internacional que dura anos, e do atual perigo inflacionário; acrescido a isso uma política externa soberana que nos catapultou para inclusão no BRICS e nos tornarmos uma das maiores referências como liderança da America Latina.

O Brasil que emerge dos últimos 10 anos é o país que continua combatendo as suas desigualdades raciais e sociais e as transformou em política de Estado, como bem afirmou a presidenta Dilma Rousseff num artigo da Folha de São Paulo de 30 de dezembro de 2012. Nos últimos dois anos, aprofundando as transformações reais pelas quais o Brasil está passando, as políticas públicas de transferência de renda, de educação e saúde têm sido guiadas pela lógica da inclusão de milhões de brasileiros que se encontram em miséria extrema. Esse capítulo deverá ser longo, dadas as barreiras históricas impingidas a pessoas que vivem em bolsões que lembram as condições humanas ainda do século XIX, seja nas grandes aglomerações urbanas ou nos rincões mais longínquos do país.

Essa transformação, essa revolução sem armas criou uma situação inusitada no Brasil, hoje nós temos uma direita apocalíptica que, sem visualizar um projeto que faça o contraponto – as teses neoliberais de estado mínimo e de desregulamentação da economia foram responsáveis pela atual crise mundial e pelos indicadores sociais negativos do Brasil na década passada – passa a trabalhar com a hipótese da crítica moralista, do denuncismo e de um puritanismo de vestal fundamentalista que beira uma linha de raciocínio apoucada. Hoje, como em 2010 a disputa é polarizada, parece não existir espaço para terceira via, qualquer força que surja e proponha uma relativização entre as diferenças programáticas dos dois campos, o progressista e o conservador, cometerá um erro estratégico e tático de fazer o jogo da direita, prática defendida hoje por setores que respondem por uma visão alternativa do campo democrático-popular e por um suposto espólio do PT que fazem uma crítica focada na descaracterização do partido.

A direita não faz exatamente política. Do nosso ângulo pensamos ser ruim a ideia de pensamento único, muito confortável para as ditaduras, portanto, acredito que deveriam se reorganizar e pautar uma agenda estratégica para o país, um aggiornamento sem fazer tábula rasa do ultimo decênio. Há muitos problemas para serem resolvidos no país, mas devem ser resolvidos com a sensibilidade e a inteligência do seu povo, assim, sou muito cético em relação a uma alternativa de direita hoje.

Põe outro lado, o Partido dos Trabalhadores continua sendo um partido que compreende as contradições do seu tempo. E se o que se permite avaliar a história de um partido é o teste do poder, o partido tem desempenhado bem o seu papel. Um papel que resgata o Estado como indutor de políticas públicas e serve como instrumento de transformação e de mudança na vida de milhões de brasileiros e brasileiras.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Há futuro no Jornalismo?


Há pouco mais de 10 anos, quando fui fazer a minha primeira prova do vestibular, o tema da redação previa o fim do jornalismo impresso em 20 anos. As “Bestas do Apocalipse” já assombravam naquela época e, lógico, discordei com veemência. Afinal, como poderíamos ser tão altruístas ao afirmar que o Jornal, que hoje folheamos, daqui a vinte anos iria acabar?! E como iam ficar a pintura de nossas casas, carros, sem ter os jornais? Isso seria um ultraje.
Brincadeiras à parte, não disse isso em minha redação. Mas toquei no ponto sobre evolução tecnológica e o comportamento humano com o passar do tempo. Na época, não conseguia conceber como uma instituição de mais de 300 anos iria sucumbir com o aprimoramento tecnológico em 20 anos.
Apesar de entusiasta tecnológico, ainda tenho um prazer guardado no passado em que, ler cartas sempre recorre a um tempo distante, mas, muito precioso. Se adaptarmos as nossas necessidades pelo constrangimento do tempo, não é porque achamos menos prazer em ler um jornal em nosso momento de descanso ou ler uma carta. Aliás, você sabe quando foi à última que você recebeu, sem que fosse a fatura de seu cartão de crédito?
Voltando ao Jornalismo de hoje em que, discutimos se um jornalista precisa agir como jornalista e um publicitário como tal, um RP da mesma forma, questionamos mais uma vez as regras de mercado e a necessidade do profissional multitarefa. Professores e estudiosos sobre o tema, como o espanhol Ramón Salaverria, já se estenderam demais ao falar que a convergência, como processo dentro das instituições jornalísticas, visam transformar o profissional numa máquina de mil braços com inúmeras funções e com o salário reduzido.
Como profissional, não concordo com as regras de mercado, mas infelizmente elas se fazem presentes: ou nos adaptamos ou somos realocados para o grupo dos desempregados. As multiplicidades de opiniões que surgiram com o surgimento das redes sociais digitais e a apologia do consumo  com  as novas tecnologias de difusão e distribuição de conteúdo mostram  que o futuro guarda mudanças mais profundas ao jornalismo, mas nem mesmo elas são precisas quando se aponta uma tendência ao Jornalismo do futuro.
Em 2011, vimos a Newsweek (uma das publicações mais tradicionais do mundo, deixar de circular em meio impresso e só se restringir ao Online). Em contrapartida, o The Daily, que apostou na era da comercialização digital da informação através do iPad, vai encerrar as atividades no início de 2013 por não apresentar o resultado além do esperado. 
Se não chegamos a um consenso sobre como se dará o consumo da informação no futuro, como poderemos ser pretensiosos o bastante para afirmar que o jornalismo impresso acabaria dentro de alguns anos?! Vou mais além: existe quem aponte de que forma sobreviverá o jornalismo que conhecemos, no futuro. 
Uma coisa para mim é certa: continuaremos lendo confortavelmente as revistas e os folhetins impressos por muitos anos. Continuaremos ludibriados pelas editorias inescrupulosas de seus jornais. Continuaremos tendo nossas opiniões mediadas pelos jornais e isso, não mudará nem nesta, nem na próxima década.

Rafael Gomes

quarta-feira, 28 de novembro de 2012

SIGAM-ME OS BONS!









Essa máxima criada por Roberto Bolanos (Chaves) para o tão famoso herói atrapalhado Chapolin, onde quase sempre depois de dizer essa frase o mesmo ia encarar algo amedrontador sozinho. Isso também relembra a sina do poeta Virgílio que com uma lanterna na mão se viu condenado a vagar pela eternidade procurando um homem realmente honesto!
Foram desses dois exemplos que eu lembrei quando ao assistir um programa onde se usa dinheiro de patrocinadores e doações de empresas que querem fazer propaganda, onde se busca expor a vida do "ajudado" a fim de conseguir audiência e também tornar visível o nome de algumas pessoas, o apresentador do "Tolerância Zero", se chamou de bom e que seria uma das poucas pessoas boas do estado de Sergipe e que o povo sabia disso.
Ora, citando um dos poucos homens realmente bons que já existiu chamado de JESUS - " Quando fizeres caridades não deixe que sua mão esquerda saiba do que faz a direita!" ou ainda "l Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens." (Mateus 6).
Essa "bondade midiática" está longe de ser sinônimo de bondade moral e de caridade, apenas faz parte do trabalho é algo tão pensado quando qualquer outro comercial. Apenas pelo poder do Marketing programas que expõem de forma tão humilhante pessoas conseguem gerar para os seus apresentadores a alcunha de "BOM". A fraqueza do povo diante da mídia não é algo novo, contudo como sempre vem sendo combatida pela mídia de informação, como pretende ser o nosso portal. 
Vejam que não é coincidência esses "BONS" se lançarem candidatos, gente que faz programa de medicina, gente que faz programa de direito do consumidor, gente que faz programa de entretenimento onde essa relação é disfarçada de algo profissional e muito bem remunerado para como se fosse algo voluntário. Envergonhando gente como eu que realmente pratica trabalhos voluntários. E mais comumente ainda esses bons não executam nenhum outro trabalho de caridade a não ser aqueles para os quais são muito BEM PAGOS para apresentarem.







Em suma, as pessoas boas de verdade raramente se expõem toda semana ou diariamente na mídia, eles estão fazendo seu trabalho sem esperar reconhecimento, sem esperar patrocínio ou sem esperar uma gorda remuneração no fim do mês, fazem seu trabalho pelo simples fato de se sentirem bem.





Kineko Manoel Natagawa







domingo, 18 de novembro de 2012

Chinaglia, Goldberg e o pós-eleição 2012: 2014 já começou.






“O PT foi o partido mais vitorioso porque nós fomos o mais votado no primeiro turno. O PT é o Partido que governará através dos municípios a maior quantidade de brasileiros a partir de janeiro”, por Arlindo Chinaglia, em http://ht.ly/eZ2Gy

“O crescimento modesto do PT, mesmo contando São Paulo, onde usaram durante a campanha antigos costumes da política brasileira, como o loteamento de cargos federais (Maluf e Marta Suplicy), tornou mais distante o sonho lulopetista.” por Alberto Goldman, em http://goo.gl/aOpuU



Duas declarações, apontando vitórias de peso, para partidos em situações opostas. Ambos estão certos, apesar de parecer contraditório: o PT teve mesmo crescimento nas prefeituras e no número de vereadores. Em alguns lugares, quebrou verdadeiros processos hegemônicos.
Mas o crescimento do seu oposto, o PSDB, barrou parcialmente os avanços petistas em redutos importantes. Além disso, se contabilizadas somente as cidades com mais de 200 mil habitantes, o PT perdeu algum espaço. E isso sem considerar os avanços do PSB e algumas rupturas de alianças nacionais, no âmbito local, como no caso do próprio PSB em Fortaleza, que segue aliado nacionalmente, mas rompe no âmbito local.
Contudo, o desempenho do PT em tradicionais redutos tucanos pelo estado de São Paulo, deu um fôlego extra, mesmo em casos onde não houve vitória. O partido passou a marcar posição e agora, prepara o terreno para governar o estado paulista. O próprio Chinaglia, na entrevista onde foi pinçada a fala do topo do texto, afirma isso: o partido vem fortalecido para uma disputa ao Palácio dos Bandeirantes.
Goldberg, porém, também tem o que comemorar. O segundo turno foi generoso para o PSDB e para seus aliados, dando a um deles (PPS) a cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, além das vitórias do DEM, em Aracaju e Salvador. De certa forma, o PSDB evita um processo de enterro da oposição, mas terá de seguir a orientação de FHC e renovar o partido, gerando militância ativa, de rua. Tal processo deve ser definido em breve, já que Sérgio Guerra encontra-se debilitado. Segundo o blog do Josias de Souza (http://goo.gl/kopgA) , o PSDB tem se preocupado com o estado de saúde de Guerra, a ponto de tentar acelerar o processo de renovação. O próprio Goldman não parece estar disposto a continuar conduzindo a legenda até maio de 2013, data das eleições internas. Mas, aparentemente, não parece haver nomes fortes para promover a renovação da sigla partidária, como anseia FHC.
O PT, por sua vez, será conduzido a uma reformulação da sigla, após a condenação de importantes figuras de sua estrutura no julgamento do Mensalão, pelo STF. E as mudanças começam a acontecer, com plenárias, discussões e debates internos pelo país. Com as alterações definidas no quadro geral de prefeituras, o partido deve sofrer mudanças internas em 2013, visando ampliar os quadros nos planos federal e estaduais em 2014.
Em suma, não importa se é tucano ou petista, vem reforma por aí.


George Lemos


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

O incentivo à educação X A má vontade do Brasileiro







Resolvi começar a minha introdução no blog com um tema que acho pertinente a todos nós, independente de visão político-partidária ou com maior ou menor grau de instrução. É fato, o Brasil nos últimos anos vem estimulando de forma até bem positiva a oferta de cursos para a grande maioria dos Brasileiros e aos poucos estamos colhendo resultados dessa iniciativa.
Segundo dados recentemente divulgados, o investimento em educação pulou de 10% para quase 17%, nos últimos 10 anos: um dado positivo, mas ainda aquém de diversas outras nações. Porém, ainda que não o ideal o investimento não venha sendo deixado de lado ainda que diversas outras políticas públicas não melhorem significativamente a educação em si.
Problemas como os do encontrado com o REUNI evidenciam que o projeto de expansão como um acordo hierárquico entre as instituições públicas que aceitassem receberiam investimentos e se não aceitassem poderiam ser punidas, pôs em cartaz o aparente limbo que existe entre o projeto educacional maniqueísta pensado pelos governantes e a realidade da pesquisa no país por dentro das instituições federais de ensino, onde o sucateamento e a expansão são realidades por vezes recorrentes em boa parte das universidades país afora.
Mas será que o problema da educação realmente está na forma como o governo assume as políticas públicas na área da educação? A meu ver, não isento de responsabilidade o governo, mas com certeza falta compromisso do povo Brasileiro em arregaçar as mangas e ir atrás de opções que possam melhorar o seu desempenho e projetar empregos melhores no futuro. Não é de hoje que vemos empresas que investem pesado na capacitação de seus funcionários e programas de aprendizagem em diversas instituições, mas, com tudo isso, mesmo estes funcionários gozam dessa possibilidade? 
Em conversa com um amigo meu, daí de Sergipe, na empresa em que trabalho, disponibiliza educação para os quase 100 funcionários para as obras da construtora. Mas dos quase 80 que se inscreveram no inicio do ano, hoje restam menos de 30. O que é pior foram deixando o curso por aparente comodismo.
Essa é uma realidade não isolada no Nordeste, encontramos exemplo disto no país inteiro, hoje, mesmo aqui no RS onde resido há quase um ano, encontramos diversas pessoas que por mais que haja oportunidade não aproveitam. Mais recentemente, estou eu mesmo fazendo um curso de design gráfico oferecido em uma parceria entre a prefeitura municipal e o SENAC a fim de capacitação profissional. Detalhe? Fui pesquisar o mesmo curso em Aracaju e para ter o mesmo número de hora/aula que estou tendo eu teria que desembolsar mais de R$ 1300 reais (mesmo no SENAC local).
Pois bem, esse curso que faço é gratuito. Estudo numa sala com computadores modernos, numa sala confortável com ar-condicionado e conforto, com toda a infraestrutura necessária para possibilitar o aprendizado. Além de ter me inscrito no programa da prefeitura conto também com auxílios como vale transporte (para os que mora longe da escola e ainda auxílio alimentação) Ou seja, além de não pagar, sou pago para comparecer as aulas.
Mesmo assim, o número de inscritos no curso é baixo e a procura bem reduzida. Isso acaba me frustrando como Brasileiro, pois, é muito complicado ver oportunidades como esta mesmo em que você pode ganhar conhecimento e iniciar uma carreira profissional ganhando bem mais que um salário mínimo em que muitos diplomados atualmente ganham.
Infelizmente, começo mesmo a achar que o problema maior da educação no Brasil é o Brasileiro.



Rafael Gomes

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Tempo, convicções e ações. Contradições vistas (e revistas) nas eleições 2012.

     Aguardei alguns dias antes de produzir a minha análise acerca do pleito eleitoral que acabamos de vivenciar. Queria estar mais à vontade, e passado o calor do momento, me sinto mais seguro para desenvolver uma análise racional (e não emotiva) de alguns fatores interessantes que observei durante os últimos meses. Antes de qualquer coisa, explico e explicito que aqui exponho a minha opinião individual, fruto de minhas avaliações e observações. Fiquem à vontade para concordar ou não.
    O primeiro ponto sob o qual concentrei minha atenção foi na linguagem de comunicação utilizada pelas campanhas majoritárias. Como bem observou George Lemos, em seu artigo “Cresceu, mas não levou.”, publicado em nosso blog, o candidato do bloco situacionista não conseguiu desenvolver uma conexão sólida com o eleitor. A campanha mostrou-se morna, não empolgou, não demonstrou uma seqüência lógica compreensível na construção do seu discurso. Assistam aos programas de TV em sequência e penso que entenderão do que falo. O principal candidato de oposição, e vitorioso ao final do certame, apresentou um programa bem mais simples e mais bem padronizado graficamente, com uma linguagem mais leve e dinâmica, contudo, assim como todos os outros, foi de uma densidade político ideológica muito baixa, e os argumentos em geral foram sempre frágeis e superficiais, repito, em todas as candidaturas majoritárias.
Dos demais candidatos de oposição, destaque para a melhoria significativa da produção do programa de TV da Frente de Esquerda. Conseguiu criar uma boa expectativa, mas que caiu por terra com o fraco desempenho de sua candidata no principal debate na televisão aberta. A candidatura do Partido Verde mostrou-se sem força, sem graça, e sem conteúdo. Pareceu prenunciar a morte eleitoral de um partido que, nacionalmente, parecia enfim impulsionado pelo resultado obtido em 2010.
    Situação semelhante viveu a candidatura do PPS. Isolado no campo de alianças e solitário internamente, usou de maneira completamente equivocada a liberdade de discurso que possuía. Criticou a ausência de debate e não promoveu o debate (o partido tinha essa responsabilidade, muito mais que o candidato); criticou a ausência de propostas e não apresentou as suas propostas; questionou o passado político dos demais concorrentes e esqueceu-se do seu próprio passado. O resultado de tamanha incoerência política e de comunicação? Rejeição esmagadora e quase que absoluta do eleitorado, que, percebida, culminou na desistência pública (e ao vivo) do candidato. E este ato de renúncia ainda deverá ser observado com atenção, pois pode ter levado o político em questão para uma faixa perigosíssima – e talvez irreversível – onde ficam os políticos folclóricos e sem credibilidade.
    Porém, talvez a grande contribuição da campanha do candidato do PPS tenha sido a correção (a bem da verdade pontual) de alguns conteúdos apresentados, o que me leva a avaliar que o erro foi de forma e de método, principalmente.
    Feita esta breve análise da comunicação das campanhas majoritárias, atenuo o pouco sucesso a um fato, digamos, pitoresco desta eleição: a ausência de debate em torno de um tema central, principal, o “grande tema”, como tecnicamente costuma-se chamar. Particularmente, apostei a um ano que o debate principal dar-se-ia em torno da mobilidade urbana, mas, definitivamente, o que vi foi um debate "do trenzinho versus o ônibus sanfona". Passou-se ao largo de um debate apropriado da questão. Falou-se o óbvio geral do tema e não se apresentou, de nenhuma parte, propostas concretas.
     Mas teria sido este o principal problema, ou a principal observação a ser feita no momento de avaliar o humor do eleitorado, para a construção dos discursos? Penso que não. Ao analisar o humor do eleitorado aracajuano era latente – e por isso mesmo de fácil percepção – que, por melhor que tivesse sido construído o discurso do candidato da situação ou das oposições, o eleitor tinha claro, para si, o cumprimento de um recado dado em 2010: o de que não estava satisfeito com a condução dos governos estadual e municipal, e coube nesta eleição ratificar este sentimento. É importante observar também que este recado teve endereço e nome, e que por mais que se tentassem criar vacinas de comunicação, era previsível que não surtiriam o efeito necessário. Aponto como atenuante do insucesso das estratégias de comunicação, principalmente da candidatura de situação, o fato de que o processo de reversão da rejeição apresentada desde 2010 dependia decisivamente de ações conjunturais na esfera política, e na mudança da linguagem e da forma da comunicação governamental. Se este trabalho tivesse sido feito a tempo, os resultados poderiam ter sido bem mais satisfatórios.
     Superada a primeira parte de minha análise, passemos adiante. Enxerguei nestas eleições que, observadas o máximo de candidaturas que consegui acompanhar, grosso modo, esta foi a campanha mais profissionalizada dos últimos tempos, e em todos os sentidos. Havia mais interesses e lideranças ávidas pela sobrevivência política do que pudessem suportar as vinte e quatro vagas em disputa. E só que luta ou já lutou pela própria sobrevivência é capaz de dimensionar o que digo.
    Isto posto, o planejamento antecipado, a construção com foco, o discurso bem elaborado, conciso, coerente, e com conteúdo de fácil assimilação fez (e faz), sim, a diferença para muitos dos candidatos eleitos. Infelizmente a desculpa de que custa caro investir numa boa equipe de comunicação profissionalizada foi novamente usada por grande parte dos candidatos (derrotados) – e em grossa maioria os ligados a partidos de esquerda – o que afirmo, é um mito.
    Se há planejamento antecipado, há previsão de custos, e o investimento em comunicação é diluído ao longo dos quatro anos. Sim! Quatro anos! Ou será que ainda há quem pense que se constrói uma candidatura da noite para o dia? Existem fases, etapas e avaliações a serem respeitadas, num processo normal e profissional de construção, a não ser que o pretenso candidato tenha aporte financeiro e político tão seguro que lhe seja permitido entrar na disputa mais proximamente ao pleito. Planejar é preciso, negociar é fundamental, e profissionalizar é decisivo!
    E é aqui que a visão técnica da construção de uma campanha bate de frente com a visão – que se confunde com convicção – política do candidato. Poucos aceitam a orientação técnica, principalmente no que se refere a Comunicação, quando pior, vêem-se capazes de desempenhar/acumular a função, confundindo impressões e opiniões com saberes.
    Outro erro clássico acentuado na última eleição foi o de leitura e análise de conjuntura. Ao não definir claramente, para si e para a sua equipe de campanha seu mote, posicionamento e perfil, muitos candidatos permaneceram no que podemos chamar de “zona da pasmaceira”, explicando, não desenvolveram ou apresentaram qualquer característica que os destacasse dos demais. É conseqüência do erro de leitura e análise a escolha equivocada de estratégia, que pode ser acentuada se não houver um planejamento prévio. Há de se observar – e aconselhar – que a leitura e análise devem ser feitas de maneira plural. É extremamente perigoso quando o candidato depende de uma leitura única, por mais embasada que seja.
     Por fim, vou um pouco além do que disse Cláudio Nunes em seu artigo “Aracaju: fecha-se um ciclo político”, publicado em seu blog na Infonet em 08/10/2012: Esta eleição não representa apenas o fim da permanência de um bloco à frente da PMA. Representa também o fim de uma geração de políticos que, ao não perceberem a evolução e profissionalização na construção dos processos e dos discursos eleitorais, foi esquecido pelo eleitor e perdeu seu valor político. Não se pode confundir convicção com teimosia. A história é implacável em sua narrativa, e o tempo cruel em seu processo de seleção.

Por Oswaldo Vilela